Práticas centro Intelectual

Exercícios da parte motriz do centro intelectual

 

  1. Coloque um objeto à sua frente. Observe-o detidamente em todos os seus detalhes, procurando memorizá-lo perfeitamente. Feche os olhos e procure evocá-lo em a maior fidelidade possível. Agora, abra os olhos e compare a imagem recordada com a percepção do objeto que tem diante de si. Corrija os erros. Feche novamente os olhos. Procure recordar fielmente o objeto. Comprove, agora, se a imagem tem suficiente nitidez ("brilho"), se permanece fixa ou aparece e desaparece, e, finalmente, se é sempre a mesma imagem ou aparecem outras no lugar da escolhida. Repita várias vezes o exercício e tome nota dos defeitos na configuração de suas imagens. Caso não apareçam imagens visuais em sua representação, compreenda que é por falta de exercício. Em casos extremos, isto pode decorrer de a algum bloqueio produzido por algum acontecimento grave em sua vida. Esta sorte de "cegueira" de imagens pode-se corrigir mediante a prática deste mesmo exercício com certa frequência. Se observar seus sonhos, verá que neles aparecem imagens visuais em diversas oportunidades, e, portanto, você está em condições de trabalhar com elas. Repetimos: com os exercícios, estes defeitos se corrigem. A ausência de imagens visuais coincide, muitas vezes, com a sensação de "falta de conexão com o mundo". É importante, então, o domínio desta prática.

 

  1.  Coloque dois objetos à sua frente e repita o exercício anterior. Posteriormente, "apague" um e deixe somente o outro em sua representação. Proceda, agora, ao contrário. Apague ambos e mantenha-se brevemente em uma espécie de "mente vazia". Retome as representações e introduza variantes. Tome nota.

 

Exercícios da parte emotiva do centro intelectual

 

            Nestes exercícios trabalharemos com o nosso interesse ou aderência intelectual. Há pessoas que demoram a interessar-se por temas intelectuais; há outras, entretanto, que não podem desconectar, "desapegar-se deles; há outros, enfim, que se fixam em certos temas de modo obsessivo.

 

  1. Tome um livro. Leia em silêncio, procurando compreender ao máximo aquilo que lê. Agora, leia sem captar o significado, ou seja, passando simplesmente a vista pelos parágrafos. Repita o exercício, agora com a participação de outra pessoa. Ela baterá uma palma após um curto intervalo. Cada vez que você ouvir a batida, mude a forma de leitura, isto é, leia uma vez captando o significado e outra não, e assim sucessivamente. Repita e tome nota.

 

  1. Efetue o seguinte exercício de "contradição intelectual": duas pessoas estarão sentadas a seu lado, cada qual com um livro, cujos assuntos serão completamente diferentes. Começarão a ler em voz alta, simultaneamente. Nessa situação, procure compreender a leitura que menos lhe interessa, deixando de captar a mais interessante. A seguir, proceda ao contrário. Isto poderá ser feito com melhores resultados se houver um terceiro colaborador que, batendo as palmas, marcará a mudança de atitude ou de interesse por uma leitura ou outra. Repita várias vezes. Tome nota.

 

 

  1. Proceda do mesmo modo que no exercício anterior, mas procurando, agora, entender os dois textos simultaneamente. Terminado um período de leitura simultânea, procure comentar em voz alta tudo o que recordar. Dessa forma, poderá comprovar que sua atenção se dirigiu, mecanicamente, ao tema de maior interesse. Pratique novamente, até conseguir certa simultaneidade na atenção sobre as duas leituras, ou, pelo menos certa alternação que lhe permita reconstituir os dois textos, sem predominância de um sobre o outro. Repita várias vezes e tome nota.

 

Exercícios da parte intelectual do centro intelectual

 

            Agora, trabalharemos com a parte do centro encarregada das abstrações intelectuais e dos mecanismos lógicos. A melhor forma de fazê-lo é enfrentando dificuldades aparentemente sem solução. Isto nos permitirá compreender a ordem e ajuste de nosso raciocínio.

 

  1. Considere este aforismo clássico: "Uma flecha que foi disparada, em um dado momento está onde está ou está onde não está. A segunda afirmação é impossível, logo, a flecha está onde está; portanto, não se move". Em voz alta, comente com os outros participantes qual é a sua opinião. Deixe que os outros façam o mesmo. Não se preocupe tanto pela solução, e sim pela ordem e precisão dos juízos e raciocínios. Tome nota.

 

  1. Considere este paradoxo da lógica moderna: Em um lado de um cartão, há uma proposição que diz: "A proposição do outro lado é verdadeira". Ao virar o cartão, lê-se: "a proposição do outro lado é falsa". Preste atenção a estas perguntas e responda-as: Podem ambas as proposições serem falsas? Podem ser verdadeiras? Será que uma é falsa e a outra verdadeira? Será que todo o paradoxo é verdadeiro? Será que todo o paradoxo é falso? A solução não importa. Raciocine em voz alta. Permita que cada participante faça o mesmo. Observe a precisão e ordem em seus juízos e raciocínios. Tome nota.