Práticas centro motivo

Parte motriz do centro emotivo

 

            Procuraremos compreender como se produzem pequenas paixões através de alguns estímulos e, a seguir, indicaremos alguns meios para dominar tais manifestações.

 

EXERCICIO DE CONEXÃO E DESCONEXÃO EMOTIVA

 

  1. Ponha-se frente a frente com outro participante. O outro participante colocará uma mão no centro do rosto de você e o empurrará delicadamente para trás. Observe que esse pequeno incômodo pode converter-se em indignação se o exercício for repetido mais violentamente. Quando experimentar um certo grau de desagrado, recomece o exercício, mas procurando se "desconectar" emotivamente do provocador que está à sua frente.

 

  1. Olhe para a outra pessoa um pouco de cima, procure retesar os músculos que movem as orelhas em sua parte de trás, até conseguir que a outra pessoa tome características de "objeto". Tente novamente. Repita o exercício anterior, se conectando e sentindo a conhecida emoção desagradável. Agora, repita, mas olhando desde cima, se desconectando do outro. Compare ambos estados. Pode-se aumentar o efeito do desligamento assumindo uma postura corporal correta e realizando algumas respirações completas rápidas. Repita o exercício várias vezes, até sentir que o está dominado, já que poderá ser-lhe de muita utilidade na vida cotidiana, frente a situações particularmente desagradáveis.

 

  1. Peça aos outros participantes que o/a critiquem publicamente (não importa que as apreciações sejam injustas, já que se trata de trabalhar com esses incômodos emotivos que mobilizam paixões, às vezes descontroladas). Sentindo algum desagrado, pratique o exercício de desconexão. Repita o exercício várias vezes.

 

  1. Suba em uma cadeira e cante uma música ou recite para os presentes, ou faça alguma apresentação que lhe cause sensação de temor ou de ridículo frente a seu público. Faça um esforço para se desconectar das tensões emotivas. Repita várias vezes.

 

  1. Aperte a mão de algum participante e peça-lhe que procure fazê-lo rir. Tente se desconectar da situação e não rir.  Repita várias vezes.

 

 

            Os exercícios da presente série devem ser praticados de maneira tal que exclua todo exagero ou grosseria. Não se trata de excitar fortes paixões, mas sim trabalhar com os incômodos emotivos que estão na sua base, a fim de, gradativamente, conseguir o controle do importante sistema de desconexão.

            Exercite a desconexão na vida diária, tomando nota das dificuldades encontradas.

 

 

Parte emotiva do centro emotivo

 

            Procuraremos, agora, modificar os hábitos emotivos mediante práticas de "contradição emotiva".

  1. Já comentamos na introdução dos trabalhos sobre a relação entre estado de ânimo e a postura corporal. Trabalhe, então, se coloque em uma postura de total tristeza e diga coisas muito alegres. Mantenha essa atitude e procure sentir alegria. Proceda, agora, ao contrário. Repita, introduzindo variantes. Tome nota.

 

  1. Sente-se. Coloque na sua frente um objeto que lhe seja indiferente. Imagine-o relacionado com algo trágico até experimentar alguns sentimentos negativos. Imediatamente, imagine o objeto relacionado com algo cômico. Observe se é capaz de produzir sucessivamente ambos os estados de ânimo. Se não for possível, apoie-se em posturas corporais relacionadas com esses sentimentos. Lembre-se que existe uma inércia de alguns minutos até que a atitude produza a emoção correspondente. Repita várias vezes até que possa passar com facilidade da ótica trágica à cômica, com relação ao mesmo objeto. Tome nota.

 

 

  1. Lembre-se de alguma situação de sua vida caracterizada por um forte sentimento negativo. Esforce-se para continuar recordando-a, mas aplicando um olhar cômico. Reforce o trabalho com uma posição correta e respiração completa. Repita várias vezes. Deve-se procurar sentir, todas as vezes as mesmas emoções negativas que essas cenas provocaram em outros momentos. Assim conseguir, deverá mudar imediatamente a ótica, exercitando esse estado até que as emoções negativas percam sua carga. Lembre-se: no momento da mudança de ótica, assuma uma posição correta e respire bem. Repita várias vezes até comprovar que pode conseguir o controle desses estados. Tome nota.

 

            Trabalhe sentimentos negativos que lhe sejam molestos relacionados com pessoas, lugares, situações, etc. Repita esse exercício, ainda que seja uma vez por dia, até conseguir seu domínio.

 

Parte intelectual do centro emotivo

 

            Esses exercícios mobilizam a parte "intuitiva" do centro emotivo, coisa que, logicamente, não é tão simples. De todos os modos, e alternando-se com os outros participantes, realize o seguinte:

 

  1. Procure saber alguma coisa da vida de um dos participantes (da qual não se deve ter nenhum dado prévio). Descreva-a ao interessado e peça-lhe para determinar o grau de aproximação de seu relato com a situação real. Repita a experiência com outros momentos da vida ou com referência a situações que a outra pessoa lhe sugerir. Repita o exercício com outras pessoas. Se todos os presentes fizerem este exercício, contataremos que essa capacidade de intuição é diferente em cada um deles. Por comparação, poderemos ter uma ideia da nossa própria aptidão nesse campo. Tome nota, após exercitar-se e comparar-se com outros.

 

  1. Procure descobrir que é que os outros participantes estariam representando, através de suas atitudes e gestos, sem que digam uma palavra sequer. Poderão representar animais, objetos, personagens ou situações, mas sem falar nada. Cada vez que alguém se fizer de "ator", os demais tentarão adivinhar o que é que representa. Nesse exercício poderá se observar e comparar a capacidade intuitiva dos participantes. Isto também servirá para você se comparar e avaliar sua intuição. Repita os exercícios e tome nota.

 

            Importante: Dos três exercícios colocados, interessa especialmente ir ganhando domínio da técnica de desconexão. Realize uma sintetize das observações e identifique as áreas de maior dificuldade. Repita os exercícios até conseguir avanços no seu domínio.

 

 

Boa prática!