Este retiro tem duração de dois dias e uma noite e compreende o estudo e a prática de Experiências Guiadas. Sempre que possível, recomenda-se realizá-lo no Centro de Trabalho de um de nossos Parques de Estudo e Reflexão.
É necessário o CD de Experiências Guiadas no(s) idioma(s) dos participantes. Serão necessárias algumas cópias do CD e equipamentos para sua reprodução.
Sugestão: este tipo de prática deve ser realizada depois dos exercícios de rela- xamento, a fim de contar com certo manejo de relaxamento do corpo e da mente para fazer as Experiências Guiadas.
Plano de trabalho
Dia 1
Chegada na parte da manhã.
Depois da organização dos âmbitos e das questões logísticas, começa-se com uma breve introdução sobre o plano do dia e se destaca a importância de tra- balhar com um tom amável, sem pressa e com muito tempo dedicado ao intercâmbio.
Explicação
O que são as experiências guiadas? As experiências guiadas fazem parte do que chamamos de “trabalho com as imagens”. Nós consideramos as imagens um apoio interessante para mudar o ponto de vista, agilizar a dinâmica mental e a criativi- dade, resgatar emoções, lembrar fatos da vida e elaborar projetos.
As Experiências Guiadas são pequenos contos em que um asterisco permite deter a sequência para colocar, nesse momento, a imagem mental que pareça adequada a quem realiza a experiência.
No livro, elas estão divididas em duas partes:
Primeira parte: Narrações
A criança O inimigo O grande erro A saudade O par ideal O ressentimento A protetora da vida A ação salvadora As falsas esperanças A repetição A viagem O festival A morte
Segunda parte: Jogos de imagens
O animal
O trenó
O limpador de chaminés
A descida
A subida
Os disfarces
As nuvens
Avanços e retrocessos
O mineiro
Para que servem?
As Experiências Guiadas permitem reconciliar-se consigo mesmo, superando frustrações e ressentimentos passados, ordenando as atividades presentes e dando ao futuro um sentido que elimine as angústias, os temores e a desorientação.
Cada Experiência Guiada tem como objetivo a conversão das imagens e dos cli- mas que surgem, através de uma proposta de reconciliação ou de mudança do ponto de vista sobre o problema.
Pode ser que, depois de realizar uma experiência, não se alcancem imediatamen- te os resultados desejados. Nesse caso, trabalhar essa experiência com perma- nência pode ser um fator de muita importância para alcançar o objetivo. Além disso, as experiências têm um “efeito residual” – mesmo depois de realizadas, as imagens continuam atuando e produzindo mudanças.
Essa transformação não ficará restrita a uma experiência apenas interna em cada pessoa – ela se expressará em mudanças de conduta nas situações análogas da vida cotidiana. Na base de tudo isso, deve estar a intenção de querer mudar uma situação e um comportamento.
Graças às Experiências Guiadas, movem-se imagens e pontos de vista. Depois, na vida cotidiana, é preciso intencionar o novo comportamento.
Em suma, nossas Experiências Guiadas tendem a positivar a existência, a fortale- cer o contato consigo mesmo, a favorecer a busca do sentido da vida.
Como estão construídas?
Existe um esquema de construção que se aplica a todas as Experiências Guiadas. Primeiro, há uma entrada no tema e uma ambientação geral; depois, um aumento da tensão “dramática”; em terceiro lugar, uma representação vital problemática; em quarto, um desenlace como solução para o problema; em quinto, uma dimi- nuição da tensão geral; e em sexto lugar, uma saída não abrupta da experiência, geralmente voltando por algumas etapas já vistas anteriormente no relato.
Como se praticam?
Para realizar uma Experiência Guiada, é preciso deixar-se guiar pelas imagens. Para que isso seja possível, é conveniente realizar um relaxamento completo que permita passar da vigília (onde os mecanismos racionais trabalham plenamente e temos direção e controle das atividades da mente e do corpo no mundo externo) para um semissono ativo (em que é possível seguir o argumento da Experiência Guiada como estímulo externo que vai sendo traduzido em imagens internas correspondentes).
O intercâmbio com outros sobre a experiência realizada é de grande ajuda para cada praticante, seja do ponto de vista da abertura da comunicação direta, seja pela aprendizagem obtida com a diversidade de experiências.
Finalmente, não é possível definir a priori quantas vezes será necessário repetir uma Experiência Guiada para considerar que o nó em questão está integrado. O que se sugere é trabalhar com base na necessidade, com amabilidade e sinceri- dade interna.
Leitura
Para esclarecer o que entendemos por imagem, efetua-se a leitura dos verbetes Imagem e Função da Imagem, no Vocabulário do Autoliberação.
Prática
Como exemplo do que foi lido, pode-se revisar e praticar a Lição 5, “Imagens livres”, das práticas de relaxamento do livro Autoliberação.
Almoço
(Tempo livre)
Leitura
Conferência de Silo sobre Experiências Guiadas, El Ateneo. Madri, Espanha, 03/11/89 (Obras Completas I, Fala Silo, I. Opiniões, comentários e participação em atos públicos).
Leitura da primeira metade, incluindo as citações de “O grande erro”.
Práticas
Realizam-se as Experiências Guiadas.
O objetivo é gravar bem uma forma de trabalho, com muito intercâmbio, tempo para praticar e passar de uma experiência para a outra com calma, amabilidade e sem compulsões. Portanto, não se propõe trabalhar as 22 experiências guiadas, mas algumas, para poder conhecê-las e adquirir um bom método para praticá-las.
Em cada prática, segue-se o mesmo procedimento durante todo o retiro (apoian- do-se no anexo correspondente):
1. Primeiro, lê-se o interesse de cada Experiência Guiada. 2. Realiza-se um relaxamento completo (cada vez de forma mais rápida e solta). 3. Pratica-se a Experiência Guiada (lida pelo diretor ou com gravação de áudio). 4. Cada participante toma suas notas pessoais sobre a experiência realizada. 5. Intercâmbio centrado no nó da experiência em pequenos grupos. 6. Recomendações. 7. Pausa antes da prática seguinte.
Comentário
Os temas de intercâmbio sugeridos referem-se ao nó central da experiência; isso não significa evitar qualquer outro argumento que possa surgir relacionado ao tema tratado, senão enfatizar o tema central da experiência guiada.
Esses temas de intercâmbio frequentemente podem ser discutidos, mesmo que o participante não tenha realizado a Experiência satisfatoriamente – nesse caso, a Experiência Guiada permitirá definir qual tema trabalhar no futuro.
Daremos prioridade à qualidade do trabalho, realizado em profundidade, com cal- ma, com muito intercâmbio. Não será, então, importante realizar todas as Expe- riências Guiadas no retiro, mas aprender e registrar bem uma forma de trabalho.
Sequência sugerida
O conjunto escolhe e realiza uma Experiência Guiada entre as dedicadas à reconciliação com o passado: A criança, O animal, O inimigo, O grande erro, A saudade, O par ideal, O ressentimento ou O limpador de chaminés.
Intercâmbio em conjunto
Depois de fazer a Experiência Guiada, realiza-se um intercâmbio sobre a maior ou menor facilidade para mover-se com imagens visuais, considerando se há outras formas mais fáceis (tátil, cenestésica, auditiva, olfativa, etc.), explicando que cada um se apoia na forma que achar melhor.
Pausa
Escolhe-se uma segunda Experiência Guiada entre todos ou, dispondo de espaços suficientes, pode-se trabalhar em diferentes grupos em âmbitos separados e, em cada grupo, lê-se ou se escuta a gravação da experiência que o grupo escolheu. Neste caso, cada grupo deverá contar com uma cópia do anexo.
Intercâmbio em conjunto
Novamente, realiza-se um intercâmbio sobre a possibilidade de se deixar guiar pelas imagens, sem crítica ou autocrítica, permitindo que fluam – vivendo a ex- periência ao máximo “de dentro”, sendo o protagonista principal, considerando como um indicador a carga afetiva das imagens.
(Tempo livre)
Jantar
(Tempo livre) Procede-se da mesma maneira com as experiências dedicadas à localização no
momento atual: A protetora da vida, O mineiro.
Sínteses do primeiro dia
Antes de terminar o dia, cada participante se dedica a sintetizar o que foi realizado com relação a aprendizagem, impedimentos, descobrimentos (o que não sabia), compreensões (o que entendeu com base em experiência), projeções (o que necessito fazer de hoje em diante).
Antes de dormir, sugere-se colocar o caderno ao lado da cama para anotar os sonhos. Sugere-se dormir 7 horas e definir o horário do café da manhã.
---
Dia 2
Depois do café da manhã, realiza-se um intercâmbio sobre o dia anterior e sobre os sonhos, destacando relações com os trabalhos realizados.
Leitura
Conferência de Silo sobre Experiências Guiadas, El Ateneo. Madri, Espanha, 03/11/89 (Obras Completas I, Fala Silo, I. Opiniões, comentários e participação em atos públicos). Termina-se a leitura, de “(...) Devemos acrescentar agora algumas considerações (...)” até o final.
Continua-se com a forma de trabalho do dia anterior, sempre com pausas amplas entre uma experiência e outra.
Experiências de proposta a futuro: A ação salvadora, As falsas esperanças.
Almoço
(Tempo livre)
Agora, selecionam-se duas experiências sobre o sentido da vida: A repetição, A viagem, O festival, A morte.
(Tempo livre) Escolhem-se duas experiências para exercitar as imagens: O trenó, A descida, A
subida, Os disfarces, As nuvens, Avanços e retrocessos.
(Tempo livre)
Síntese pessoal
Cada participante dedica-se a sintetizar os dois dias de retiro no que diz respeito a aprendizagem, impedimentos, descobrimentos, compreensões, projeções.
Leitura (opcional) de cada síntese para o conjunto. Encerramento do retiro com uma confraternização.
Bibliografia
Silo, Obras Completas, Volume I, “Experiências Guiadas” Silo, Obras Completas, Volume I, “Fala Silo” Silo, Obras Completas, Volume II, “Apontamentos de Psicologia” Luis Ammann, Autoliberação